segunda-feira, 20 de junho de 2016



Ferramentas


Aqui você terá uma pincelada sobre as ferramentas mais usadas na arte do bonsai


Tesoura de poda Curta



Utilizada para podas de galhos e raízes. Devido a seu formato proporciona boa empunhadura o que facilita o corte por se apoiar muito bem na mão. 


Tesoura de poda Longa

Utilizada para poda de folhas, galhos e raízes mais finas. Devido a seu tamanho são utilizadas para alcançar e podar ramos e folhas nas partes internas da planta.


Desfolhadores





Utilizados única e exclusivamente para desbaste de folhas.

Alicate para poda de raízes e para rachar galhos 
e troncos


É utilizado na poda de raízes mais grossas e para rachar troncos para confecção de jins e sharis.

Alicate côncavo ou bola

Essa talvez seja uma das ferramentas mais importantes ao bonsaítas e uma das únicas que não pode substituída, pois não há ferramentas semelhantes a ela. Seu corte e profundo e de forma esférica, o que se proporciona uma cicatrização mais harmônica. Utilizado para corte galhos e também na confecção de "uros".

Alicate lateral côncavo  ou alicate proa

Assim como o alicate bola, também é muito importante, sua função é a mesma, porém consegue alcançar locais de maior dificuldade.

Alicate lateral de corte reto

Assim como o bola ou o proa, sua função e o corte de galhos, porém a diferença esta no acabamento do corte que nesse caso será um corte rente ao tronco o galho anterior.

Alicate para Jin

Sua função é descascar o galho onde será confeccionado o jin.

Alicate para arame

Sua função principal e cortar os arames que foram utilizados para dar forma aos galhos de forma a evitar que os mesmos sejam machucados durante o trabalho.

Tesoura para arames

Sua utilização é para o corte dos arames que estão sendo utilizados para o trabalho de aramação.

Pinça

Utilizada na pinçagem de agulhas dos pinheiros, retirada de ervas daninhas indesejáveis no substrato, folhas mortas 

Rastelo

Usado para limpar o solo e raízes e para desembaraçar as raízes na hora da poda e transplante do bonsai.

Serrote para galhos

Para corte de galhos mais grossos

Gancho

Usado para soltar o torrão e as raízes

Escovas

São utilizadas de três materiais diferentes: nylon, aço e latão. Usadas para a limpeza de troncos e galhos.

Arames

Os arames são usados para dar formas aos galhos, direcionando estes para posição desejada pelo bonsaísta no que é conhecido como aramação. Também são utilizados para amarrar a planta ao vaso evitando que a mesma se solte dele principalmente no período logo após o transplante. Podem ser utilizados arames de cobre e alumínio, dependo da espécie e espessura do galho a ser aramado, um ou outro será mais indicado.

Vassoura

Não é utilizada pela maioria dos bonsaístas, porém ela tem dupla função; estética e higiênica.
Efetua a limpeza do substrato e nivela o mesmo, retirando folhas mortas e assim evitando o apodrecimento destas sobre o substrato o que pode causar doenças ao exemplar. Sua extremidade mais fina também pode ser utilizada para limpar o tronco da planta. Normalmente são feitas de fibras naturais.

Peneiras

Usadas para separar o substrato nas diferentes granulometrias desejadas pelo bonsaísta para compor o substrato de sua planta.


Regador

Os regadores próprios para bonsai são os mais indicados por conterem furação mais fina, regam de maneira mais delicada e causam menos estragos na superfície do vaso espalhando o substrato.

Ponteiras para mangueiras e regadores

São conectadas a mangueiras ou mesmo a regadores comuns. Sua vantagem é a mesma do regador próprio para bonsai, pois também contém micro furos.

Mamadeira ou chão? 

 A melhor maneira de engrossar plantas ou talvez a mais rápida é plantá-las no chão, porém nem sempre isso é possível, principalmente para quem mora em grandes cidades, onde hoje em dia se torna cada mais escasso o espaço livre sem construções, casas com quintais e chão de terra sem pisos.

  Nesses casos talvez a melhor opção seja, a famosa mamadeira, que se constitui de duas partes, sendo uma das partes um escorredor de plástico, desses utilizados em cozinhas para escorrer macarrão. E outra parte de uma bacia com no mínimo duas vezes o tamanho/volume do escorredor.

O porquê que deve ser usado o escorredor, ou seja, quais as vantagens?

Primeiro:   Você otimiza um espaço que muitas vezes não temos para desenvolvimento das plantas. "Digamos" quem mora em grandes cidades, nos dias de hoje, normalmente não temos um pedaço de terra sequer no quintal para plantar.

Segundo:   Facilita o controle de pragas, pois é muito mais fácil você inspecionar e observar  uma planta na bancada e do que fazê-lo no chão.

Terceiro: Facilita a separação desta planta das demais do plantel quando necessário.

Quarto: Facilita o transplante da planta quando necessário, devido a grande quantidade de raízes finas formadas no escorredor. Bem, essas são algumas das vantagens.

O que ocorre no escorredor?

Quando você planta no escorredor, o substrato a ser utilizado deve ser bem drenante, pois além de não encharcar irá proporcionar grande aeração das raízes, o que trará um melhor desenvolvimento destas.

Por que as raízes desenvolvem melhor?

A grande aeração que é proporcionada no interior do escorredor devido ao substrato leve utilizado e principalmente aos furos por toda a lateral e fundos, faz com que as raízes se reproduzam em grande volume. Outro motivo é o fato de as raízes finas serem fotossensíveis, então quando essas raízes chegam nos orifícios do escorredor, a luz solar, "digamos", provoca uma irritação e suas extremidades queimando -as e  provocando assim uma subdivisão destas, isso em processo um constante.

Por que o nome mamadeira?
O nome se deve a fato de que o conjunto completo dar exatamente essa sensação, de quê a planta está mamando em uma fonte mais rica em nutrientes, que tanto pode ser a bacia ou mesmo o chão (terra) onde é colocado escorredor com a planta.
A parte que ficará em contato com esse substrato mais rico, será a parte de baixo do escorredor  e portanto ficará protegida da luz. Consequentemente as raízes finas conseguirão penetrá-lo e começarão a se desenvolver nele, ou seja, a planta se alimentará também dos nutrientes existentes nesse novo substrato, mamando nele, daí o nome mamadeira. Por isso aconselha-se que esse substrato seja bem rico, para que a planta tenha acesso a mais nutrientes e engorde mais rápido.
Então se conclui que a mamadeira na verdade não é o conjunto, mais sim a bacia ou mesmo o chão (terra) de onde a planta vai retirar a maior parte dos nutrientes.

Quando unir as duas partes do conjunto?

Você montar todo o conjunto de uma única vez? Não, o primeiro passo e plantar a planta escolhida no escorredor. O segundo passo é observar o momento em que as raízes finas começam a aparecer nas laterais e principalmente nos fundos do escorredor. Isso pode levar alguns meses, principalmente dependendo da espécie.


Aí sim o terceiro passo, só nesse ponto, com as raízes já despontando pelos orifícios do escorredor, você deverá uni-lo a mamadeira, apenas colocando o escorredor sobre o substrato da mamadeira. Você não deve enterrar esse escorredor no substrato da mamadeira, afunde-o no substrato apenas entre 2 e 3 centímetros para proporcionar uma melhor fixação dos conjunto.


Março de 2012










Agosto de 2015

Como compor o substrato do escorredor e da mamadeira?

Cada bonsaísta tem sua mistura preferida, portanto vou descrever aqui a minha mistura.

Escorredor: Terra de barranco ou substrato pronto (desses encontrados em gardens), casca de pínus moída, carvão vegetal moído (em pequenos pedaços), caco de telha moída, argila expandida 0500. A proporção depende da espécie a ser plantada. Coloco uma quantidade maior de material orgânico para frutíferas e uma quantidade menor de material orgânico para juníperos e coníferas. O carvão vegetal, costumo utilizar em torno de 5% A 10% do total, para qualquer proporção dos outros elementos.
Ex: Frutifera – 50 a 60% de substrato ou terra de barranco, 10% de casca de pínus, 5% de carvão vegetal e o restante (35%) caco de telha e argila expandida 0500.

Mamadeira: Substrato pronto ou terra de barranco, caco de telha e argila expandida, esterco de gado curtido (também encontrado em gardens).

Acrescento o esterco de gado ao substrato já preparado em uma quantidade em torno de 50% do volume total, ou seja, 2 partes de substrato para 1 de esterco.

Manutenção do conjunto escorredor e mamadeira

As regas e adubação do conjunto devem ser realizadas normalmente, como se planta estivesse em um vaso comum.
Você deve adubar tanto o substrato do escorredor, como o da mamadeira. Nesse caso você deverá utilizar o adubo de sua preferência.

Mas por que adubar também o escorredor?

Você deve pensar:  A mamadeira já não tem nutrientes suficientes para alimentar a planta e engordá-la? Não é essa a função dela?
Sim, e justamente por isso você deve adubar também o escorredor. Com o tempo o escorredor se tornará pobre em nutrientes e com isso irão diminuir drasticamente a quantidade de raízes finas, que por esse fator irão se formar apenas na mamadeira.
Porém, não é o que desejamos, se pensarmos que um dos motivos de utilizar a mamadeira é justamente facilitar o transplante futuro dessa planta para um vaso. Para isso, teremos que ter uma grande quantidade de raízes finas nesse escorredor, a fim de não corrermos, ou ao menos diminuirmos, os riscos de perder a planta após o transplante. Então para que essas raízes se formem e se mantenham vivas precisamos alimentá-las. Na verdade não as estamos alimentando, mas sim dando a elas uma função, que é levar esses nutrientes para a planta, é a lei “do uso e desuso”, o que não se utiliza, se atrofia.
O mesmo ocorre com a mamadeira, devemos repor os nutrientes através da adubação.
As informações que tenho até o momento é de que o sistema de mamadeira foi utilizado de forma pioneira no brasil pelo mestre Osamu Hidaka.





quinta-feira, 16 de junho de 2016

Muda, Bonsai ou Pré Bonsai?

Um dos grandes problemas para quem está começando na arte é saber diferenciar o que é uma muda, o que é um pré-bonsai e o que é um bonsai.Além de muitos não saberem diferenciar, também não sabem avaliar a planta a qual estão interessados.
O que diferencia uma muda de um pré ou de um bonsai é o fato de ela não ter sido trabalhada de nenhuma forma para ser um futuro bonsai, seja com podas, com aramações ou tracionamento. A idade da planta não a eleva ao grau de pré-bonsai.
Uma muda por si só terá o valor reduzido em relação a uma planta já com algum trabalho. Claro que esse valor será influenciado pela procedência, pela raridade e grau de dificuldade de sua aquisição ou produção.

Cuidado! Tem muita gente passando gato por lebre.

Isso não quer dizer de forma alguma que você não deva adquirir uma muda, mas compre-a de forma consciente, ou seja, compre-a sabendo que é uma muda e não um pré-bonsai ou bonsai.

Já um pré-bonsai é uma planta já com algum encaminhamento para um futuro bonsai, independente do estágio em que o trabalho se encontra ou mesmo da idade desse pré-bonsai.
Aqui a valorização também depende diretamente da procedência e raridade, além dos fatores idade, artista, estágio do trabalho e potencial da planta.


Leve em consideração também a qualidade das plantas colocadas à venda pelo fornecedor e lembre que plantas bem selecionadas dizem muito sobre o cuidado e trabalho que o atual proprietário teve para adquiri-las. É preferível ter qualidade do que quantidade. 

Lembre-se também, todo esse cuidado tem um custo, não apenas para aquisição do pré bonsai ou muda que esse bonsaísta irá trabalhar para transformar em um pré bonsai, mas também o custo do seu conhecimento. Belos bonsais requerem boas e escolhas e muito conhecimento para isso quando ainda mudas ou prés bonsais.

E o bonsai? Bem o bonsai é um caso a parte. “Como assim?!” Alguns dizem que um bonsai precisa ter um mínimo “X” de anos para ser considerado um bonsai. Porém a idade da planta pode ser mascarada. Um bom artista consegue isso com certa facilidade usando técnicas para dar uma aparência mais envelhecida ao exemplar.

Além de que, um bonsai é muito, “mas muito mais difícil de conseguir”, porque dificilmente um bonsaísta se desfaz de seu trabalho de anos.

O valor de um bonsai é inestimável. Pode-se até colocar um preço, mas "preço e valor" são coisas bem diferentes e nunca deverá se comparar um exemplar com outro para fins de tabelar o preço.

Cada planta tem uma história e uma nunca, mas nunca mesmo será igual à outra e sempre será uma tela em constante mudança. Diferente de uma pintura, um bonsai nunca se congela no tempo, sempre estará em constante mudança.


Um bonsai é uma “Arte Viva” é a “Arte de uma Vida”.