quinta-feira, 21 de julho de 2011

Ácaros


Doenças e Pragas

Ácaros

Em geral muito pequemos, possuem oito pares de patas, existem milhares de espécies, entre elas, os carrapatos e os causadores de sarnas. Os que atacam as plantas são: o branco, o rajado e o vermelho.   

• Danos

Os ácaros causam danos perfurando as folhas da soja e se alimentando do liquido ¹exsudato. Causam o aparecimento de manchas avermelhadas ou amareladas no dorso das folhas em posição oposta à das colônias, que vivem na parte inferior, evitando a luz solar.

No inicio, o ataque resulta em uma coloração esbranquiçada ou prateada dos fólios, passando para a cor amarelada e posteriormente a cor marrom. Populações elevadas podem causar a queda prematura das folhas e conseqüentemente perda da planta.

• Controle

Por se localizarem na face inferior das folhas, na parte média ou inferior das plantas, os ácaros são de difícil controle. O uso de Acaricidas específicos e inseticidas fosforados tem sido eficientes na redução da população, mas a presença de ovos que dão origem as formas jovens da praga pode resultar na reinfestação. 

Elevada umidade relativa do ar e chuvas intensas resulta na redução natural da população dos ácaros. Proliferam-se em plantas sob sombras de árvores, nas plantas cobertas por poeiras e plantas estressadas.

Combate

1.Biológico – Pode ser feito através do fungo Beuveria bassiana, ou pulverizando com enxofre ou com calda sulfocálcica (cal virgem + enxofre), ou com inseticida rural Natural Camp ou Combat (composto por Neen, citronela e pimenta), Biofertilizante PF, Bovenat PM, Boveril 103, da Itaforte.

2.Mecânico: Por causa da reflexão da luz, uma camada fina de casca de arroz, nos canteiros, inibe os ácaros.

Receitas

CALDA SULFOCÁLCICA
Misturar calda sulfocalcica a água a 15%, ou seja, 15ml de calda sulfocalcica para cada 1litro de água. Duas aplicações com intervalo de 1 semana.

CHÁ-DE-COENTRO
Com um punhado de folhas, preparar um chá e, depois de frio, pulverizar as plantas.

LEITE
Em 1 litro de água misture um litro de leite azedo e pulverize.

CEBOLA
É um bom repelente de aranhiço vermelho e dos afídios, em especial os que infestam a roseira. Esmagar a cebola numa trituradora e juntar uma quantidade igual de água, coar a mistura e usar o líquido resultante para pulverizar. Enterrar essa polpa amassada na horta ou nos canteiros com flores.

• Sugestão
  1. Evitar o uso de inseticidas Piretróides
  2. Aplicar produtos a base de Metamidofós e Profenofós, base de Dimetoato e Endosulfan
Pesquisa realizada pelo setor de manejo de insetos da Fundacep em 2004, /2005, demostrou que o melhor volume de calda para a aplicação desses produtos é de 100lt/há e que a aplicação deve ser feita com umidade relativa do ar superior a 50%.

• Ácaro-branco

Este ácaro mede cerca de 0,14 a 0,17 mm de comprimento. A fêmea tem coloração branca à amarelada-brilhante. Não tece teias. O ataque se dá nas folhas da parte de cima da planta. Preferem as folhas mais novas, ocorrendo inicialmente um escurecimento. 
O dano pode evoluir para folíolos com aspecto brilhante e bronzeado na parte inferior da folha, além do enrolamento dos bordos das folhas para baixo e rasgaduras. Ataques intensos causam queda das folhas. Eles são favorecidos por temperatura e umidade elevadas.

• Ácaro-vermelho

Estes ácaros medem entre 0,26 e 0,5 mm de comprimento. As fêmeas são de cor vermelha intensa e os machos e as formas jovens são amarelo-esverdeados, enquanto que os ovos são amarelados ou vermelhos-opacos. Não tecem teias. Formam colônias densas na face inferior das folhas, preferindo os folíolos da região de baixo da planta. 
Quando o ataque é intenso sobem para a parte superior da planta, atacando os folíolos do ponteiro. As folhas atacadas ficam amareladas e caem prematuramente. Baixas precipitações e períodos de seca favorecem o seu aumento populacional.

• Ácaro rajado

Mede cerca de 0,25 a 0,46 mm de comprimento. Todas as fases ativas são esverdeadas e as fêmeas apresentam manchas verdes escuras no dorso e são maiores que os machos. Formam compactas colônias na face inferior dos folíolos mais velhos, as quais são unidas por fios tecidos na forma de teias. Preferem a região mediana da planta. Ao sugarem a seiva dos folíolos mais novos, aparecem manchas branco-prateadas, na face inferior, que evoluem para manchas amarelas. Posteriormente, os folíolos apresentam manchas e áreas cloróticas, ou aspecto bronzeado (pardo-avermelhado) na face superior. As folhas atacadas apresentam coloração marrom ficam endurecidas, secam, e caem ao solo. O aumento populacional do ácaro-rajado é favorecido por temperaturas elevadas e baixas precipitações.

• Ciclo biológico

Como exemplo, cita-se o ciclo biológico do ácaro-rajado, cuja duração é de aproximadamente 21 dias sob temperatura de 20ºC e de 7 dias sob temperatura de 30 oC. Cada fêmea oviposita mais de 100 ovos. Considerando ciclo biológico de uma semana, ausência de controle natural e a produção de 50 fêmeas, em quatro semanas cada ácaro (fêmea) pode dar origem a mais de seis milhões de ácaros.

*Dicas:

A aplicação de calda sulfocálcica na proporção de 10ml por litro de água uma vez ao mês auxilia como preventivo. No caso de infestações já estabelecidas, faça uma aplicação na proporção de 15ml por litro de água, repetindo após uma semana. Porém não é 100% eficaz, podendo não ter o efeito esperado e se fazendo necessária o combate por outro meio.

Nos períodos mais secos do ano, lave toda a planta com água potável ao menos uma vez por semana com borrifador. Pode se também borrifar a planta diariamente logo nas primeiras horas do dia ou no finalzinho da tarde. Evite esses procedimentos nas horas mais quentes do dia ou diretamente sob o sol.

*Comentário pessoal: Além dos procedimentos acima de lavagem das plantas através de borrifador, costumo ao menos uma vez ao mês fazer uma lavagem com solução de água e detergente de coco - 1 colher de sobremesa por litro de água potável.


¹Exsudato (do latim exsūdāre significa fluir pra fora). Se refere a saída de líquidos orgânicos através das paredes e membranas celulares, tanto de animais quanto de plantas, por lesão ou por inflamação.
(Fonte Wikipédia)

Fontes: 
Agrícola Cantelli
Livro Um Jardim Para Sempre - Manual Prático Para Manuteção de Jardins, escrito por Raul Cânovas e realizado com o apoio da STIHL.


sábado, 16 de julho de 2011

Exposição de Bonsai no Jardim Botânico de São Paulo

XXXII Expo Bonsai do Jardim Botânico de São Paulo 


Está exposição ocorreu entre os dias 08 e 10 de julho de 2011.

Algumas das plantas a venda




 

 


 
Algumas plantas em exposição




Eu e a querida amiga e grande bonsaísta Regina Suzuki


quinta-feira, 14 de julho de 2011

Estilizando uma Eugênia Sprengelli

Estilizando uma Eugênia Sprengelli


Nome científico: Eugenia sprengelii DC., Eugenia microphylla Hort.
Família: Myrtacea
Árvore pequena, nativa do Brasil
Espécie adequada para iniciantes.

Características:
Folhas simples, opostas, lineares, muito pequenas, verde-claras, adensadas ao longo dos ramos, avermelhadas quando novas. Espécie muito ramificada.

Luz: Pleno sol no período da manhã. Evitar o sol intenso entre 11 e 15 horas.
Rega: As regas devem ser feitas a princípio 1 vez ao dia, porém no verão ou em épocas mais quentes pode ser necessário a rega pela manhã e outra na parte da tarde, porém é uma planta que suporta terrenos secos por certo período. A rega deve levar em conta o bom senso, verifique a necessidade real, pois o encharcamento do substrato pode levar a podridão das raízes e consequentemente a morte da planta, na dúvida enterre um palito de churrasco no vaso junto a planta, aguarde em torno de 20 minutos, retire o palito e verifique se está úmido, caso esteja com boa umidade não há necessidade de rega.   Esta espécie também aprecia a rega através de pulverização em sua folhas, mas isso deve ser feito sem a incidência de sol sobre suas folhas para que não queimem.

Esta Eugênia foi adquirida na XXXII Expo Bonsai do Jardim Botânico de São Paulo, realizada em julho de 2011.


Antes da estilização providenciei o transplante da planta aproveitando para efetuar uma poda parcial das raízes mais grossas reduzindo bem seu tamanho e visando um novo enraizamento a partir das extremidades podadas para maior ramificação das mesmas e melhoria do nebari.

Torrão de terra velho


Retirando parte do torrão de terra velho com o rastelo


Raízes parcialmente limpas


Iniciando a poda das raízes grossas



Raízes grossas podadas. Mantive a maior parte das raízes finas para diminuir o stress da planta e facilitar sua recuperação.


Nos cortes das raízes grossas foi aplicado pó enraizador.


A planta foi posicionada no vaso sobre a cama de substrato, que foi completado, e com a ajuda de um hashi foi feita a compactação para evitar bolhas de ar.




Planta já envasada


Sobre o substrato coloquei cascalho para proteger o substrato recém-colocado durante as regas evitando o deslocamento do mesmo.


Após o transplante analisei a planta. A primeira intenção era o estilo hokidashi, mas com algumas podas e alguns arames colocados observei a inclinação da planta para o moyogi.





Detalhe do nebari

Detalhe do Uro e Jin. Estes serão trabalhados para melhoria posteriormente.


Novas fotos serão postadas com a evolução da planta.


Continuação...

Olá amigos,

Seguem novas fotos da evolução da planta e um lindo projeto feito pelo amigo Alexandre S. Coelho do Fórum Atelier do Bonsai.

Link da postagem: http://www.atelierdobonsai.com.br/forum/viewtopic.php?t=18549


23/12/2011 Antes das novas intervenções


28/12/2011 Após poda de alguns galhos e tracionamento de outros.


Projeto do amigo Alexandre S. Coelho



Aguardo opiniões.


Olá Amigos,

Demorou, pois como todos sabemos "Bonsai" é paciência e temos que esperar a natureza responder as nossas intervenções sobre as plantas.


16 de janeiro de 2014


Nova pinçagem para definição de copa.

Ao longo do tempo com esta planta, fui realizando experiências, uma delas foi a retirada das folhas que saiam da silhueta através de poda com tesoura fina e pinçagem, como nas feitas em juníperos. A conclusão que cheguei é que a pinçagem tem uma melhor resposta, aumentando a brotação das extremidades e com menor ressecamento das mesmas.

Nova definição de frente.

As vezes ao longo do projeto precisamos fazer mudanças, pois por mais intervenções que façamos a natureza ainda é soberana.





17 de abril de 2014.



Após várias pinçagens, algumas intervenções e com um bom tempo desde o último transplante, comecei a definir a frente da planta. Diferente das fotos postadas anteriormente onde a frente apresentava um "uro" próximo ao nebari.


16 de dezembro de 2014.


Já em um vaso de cerâmica após transplante realizado em 18 de novembro de 2014.

Voltarei a postar novas fotos, porém paciência, pois vejam que o caminho até aqui desde a primeira intervenção foi de aproximadamente 3 anos e meio.